terça-feira, 18 de outubro de 2011

O outro lado do Glamour - Parte 4 - Final

Esse post começa com uma pergunta: Você acha que a sua banda favorita faz sucesso?

Você pode responder que sim, você pode achar que a sua banda favorita faz muito sucesso, mas isso nunca será verdade, ao menos é claro que esse sucesso esteja estampado no comércio fonográfico japonês e realmente seja lucrativo, afinal, no mundo capitalista sucesso é igual dinheiro.

Você já parou pra se perguntar porque alguns artistas (tanto indies quanto major) vendem singles, álbuns, mini-álbuns (conhecidos no ocidente como "EP's") e vendem DVDs com PV (Promotional Videos, conhecidos aqui como Vídeo promocional ou apenas "videoclipe") em tantas versões? , Tipo A, tipo B, Edição limitada, e infinitas outras coisas que no fim são praticamente iguais e no final de um ciclo relançam as mesmas coisas com outro nome?

Bom, se você nunca parou pra pensar nisso a resposta é simples: Dinheiro.

A cena visual kei é repleta de meninas que querem se mostrar "mais fãs" que outras, elas comprar tudo que uma banda lança, e isso faz a banda lucrar o dobro (ou triplo, quadruplo) vendendo a mesma música mais de uma vez.

Isso causa um efeito no ocidente que faz uma banda parecer muito mais popular do que realmente é (E na verdade, até mesmo acaba parecendo mais popular do que realmente é no próprio Japão)
Caso uma banda tenha 500 fãs e lançam um single em 3 formatos, ao invés de venderem 500 cópias, venderão 1500. Muitas bandas entraram na Oricon sem ter uma fanbase que pudesse sustentar, e isso tem um motivo: A oricon não contabiliza os tipos diferentes de singles. Se ele sai em 3 versões diferentes, as vendas são somadas como se fosse apenas um.

O resultado disso você acaba vendo chegar no ocidente: Bandas despreparadas, beirando o amador, banda virando major sem ter público suficiente pra vender seus álbuns, gravadoras forçando bandas a lançarem mais singles seguidos para poder preencher a cota e terem lucros com uma fanbase reduzida, e o pior: o público engole isso quieto.

Aqui no Brasil nós vemos milhões de campanhas pra qualquer banda vir para o país, a anos existe o boato do the GazettE se apresentando por aqui, outros boatos envolviam o Girugumësh e o Moi dix Mois, e antes até mesmo do Charlotte se apresentar por aqui até o BLOOD quis vir. O fato é que nenhum show de banda visual kei se sustentou no país, os únicos que tiveram algum retorno confiável para quem produziu foi An cafe e Miyavi. Por que em um outro lado que você provavelmente não conhece, o Guitar Wolf já esteve no Brasil mais de uma vez e foi muito bem obrigado, e por que? Por que o público deles é adulto.

Muita gente reclama do visual kei virar "modinha", e eu lamento tirar a razão de vocês, mas este país está muito longe de ter este estilo como tendência, são quase 200 milhões de habitantes e o máximo que um show visual kei teve aqui foi cerca de 4 mil pessoas no X-Japan, e olha que eles são a tal "maior banda de rock do Japão" segundo a própria divulgação desse concerto. Se eles são a maior, imagina o que seria se uma banda com muito menos fãs viesse parar aqui? O vocalista do Gram Maria e o GPKISM sentiram.

Fim.

Um comentário:

  1. Já se vão 8 anos desde a ultima vez do Guitar Wolf aqui, amigo. O que houve, o público envelheceu muito rápido? ¯\_(ツ)_/¯

    Percebi que o amigo não citou nenhum outro artsta. Será que conhece outro que passou por aqui sem ser eles? algum que lançou CD oficialmente? lol, ¯\_(ツ)_/¯ total

    Mas agora aprendeu o termo correto para banda independente. Fico enobrecido por tê-lo ensinado algo.

    Amplexos,
    ...

    ¯\_(ツ)_/¯

    ResponderExcluir