quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dez albuns para fãs de visual kei (Parte 2)

Espero que vocês todos tenham tido a boa vontade de ouvir os álbuns que citei no último post, agora sigo com a lista para os anos 90.


Luna Sea - Mother
(1994)
Se o Luna Sea é a primeira, o que será que vem depois afinal? Pois é amigos. Este álbum trás o que é considerado hoje o "hino" do visual rock, a faixa Rosier. Podemos dizer que este CD é o exato meio termo do Luna Sea do primeiro álbum para o Luna Sea antes do "fim". Músicas deste trabalho sao executadas ao vivo ainda nos dias atuais: Rosier, Loveless, In Future, True Blue e Mother. É um disco obrigatório para qualquer fã de visual kei.

Kuroyume - Mayoero Yuritachi
(1994)
Talvez "Yuri no Hanataba" seja uma dos riffs mais conhecidos do visual kei (ironicamente um dos mais copiados também). É um dos primeiros trabalhos do Kuroyume e não restava dúvidas que kyoharu e hitoki colocariam sua marca no estilo, sobra criatividade neste CD. Ele segue a sonoridade clássica que foi moldada pelo D'erlanger, mas conseguiu deixar sua marca peculiar, marca essa que é notável em todas as bandas que também vieram de Nagoya, e a música já citada é o exemplo, a sonoridade decadente de "Yuri no hanataba" foge do padrão "nostalgico" comum do visual rock e definiu os padrões do estilo de Nagoya. Kuroyume foi uma influencia direta para diversas bandas tais como Dir en Grey. Ouça com atenção Utopia, For Dear , Masochist Organ e a belíssima Aimed Blade at You.


hide - Ja Zoo
(1998) 
 
Não, o guitarrista hide não tem esse mérito todo a toa. Pra começar vocês só "gostam" de visual kei porque ele inventou o termo, se não fosse ele provavelmente você não saberia que isso existia e ainda estaria curtindo slipknot e achando a coisa mais legal do mundo. Infelizmente hide nos deixou antes de ver este trabalho ser lançado, o que foi uma pena, pois definitivamente é o mais alto grau da boa música sendo jogado para dentros dos ouvidos, do primeiro ao último segundo a única vontade é mais. Ja Zoo só não é perfeito porque não é maior, ou talvez este detalhe o faz tão grandioso e tão influente para o que todos vocês escutam hoje! Pink Spider, Rocket dive, leather face, tanto faz. Escolha qualquer uma e delicie-se.


Malice Mizer - Merveilles
(1998)
Então você se pergunta: "Por que o Malice Mizer?" Apenas escute este álbum. Essa banda extremamente peculiar pode não ter sido a mais famosa da sua época mas este álbum trouxe um extremo que outras bandas apenas havias beliscado. Outro grande fator é que apesar de ter influenciado muita gente, nunca alguém conseguiu fazer nem sequer parecido com o que o Malice Mizer fez em qualquer época, no seu álbum major então... Neste trabalho estão presentes os clássicos Bel-air, Gekka no Yasoukyoku, Au revoir e Illuminati, depois disso, olhe os clipes e escute o álbum do começo ao fim e se deixe levar pela história, item obrigatório.

Dir en Grey - Gauze
(1999)
Nada que o Dir en Grey tenha lançado até hoje superou o sucesso desse álbum, os singles continuam sendo os mais vendidos e lá se vão 14 anos desde que Gauze foi lançado. Produzido pelo yoshiki (baterista e pianista do X-Japan), a banda é um misto de todas as outras bandas desse lista (menos o Malice Mizer, pra nossa sorte). Tem o kuroyume, o luna sea, o X (os pianos de Cage estão ali por acaso?) Toda uma geração do visual kei que infelizmente já está se desfazendo foi moldada com este álbum o que lhe dá o direito de estar nessa lista. Recomendo as seguintes canções: Yurameki, Raison Detrê, Cage, Yokan e Akuro no Oka


No fim a lista ficou assim:
(1987) BOOWY - Psychopath
(1988) Buck-Tick - Seventh Heaven
(1988) X - Blue Blood
(1989) Dead End - Zero
(1989) D'erlanger - La Vie En Rose
(1994) Luna Sea - Mother
(1994) Kuroyume - mayoeru yuritachi
(1998) hide. - Ja Zoo
(1998) Malice Mizer - Merveilles
(1999) Dir en Grey - Gauze

Aqui a primeira parte: PARTE 1

São 10 álbuns essenciais para fãs de visual kei, se você nunca ouviu algum deles recomendo que vá ouvir, se não você vai ser piada na escola! Como eu disse, se você é fã de Mejibray e Versailles nem deveria ter lido este artigo, mas se chegou até aqui aproveite e abra sua cabeça para o que realmente há de bom e criativo no visual kei, aí estão 10 albuns ótimos para começar a se aprofundar no verdadeiro visual kei, o resto é por sua conta própria, então criança, acorde...


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domingo, 27 de outubro de 2013

Dez albuns para fãs de visual kei (Parte 1)

Olá crianças, estavam com saudade? Obviamente não! Mas estou aqui novamente para encher sua cabeça de pesadelos e pra gerar ódio no coração dos tais "haters" que sentem dores agudas para cada palavra que escrevo neste pequeno espaço da surface.
Hoje vou começar uma lista de 10 albuns que todo e qualquer fã de visual kei deve ouvir (e provavelmente deverá gostar de pelo menos 7, afinal, são fãs de visual kei, não é mesmo?)
Não, fã de Mejibray e Versailles, não tem nada aqui pra vocês, podem fechar o blog!
Essa primeira parte vai ter 5 álbuns dos anos 80. A base da escolha foram diversos quesitos, entre eles importância do álbum, sonoridade e época, obviamente são obras essenciais para qualquer fã de visual kei, mas também são referências de cada época/artista, então se não conhecerem algo, escutem!

Vamos lá?

...


Boøwy - Psychopath
 (1987)

Você pensou que eu ia colocar de cara o X-Japan aqui não é mesmo? Se engana quem pensa que o X-Japan realmente tem pelo menos metade do crédito para com o visual kei e sua origem. O Boøwy é talvez uma das bandas (se não a mais) interessante dos anos 80, e este álbum talvez seja a máxima do trabalho deste quarteto. Viajando em atmosferas que variam desde o rockabilly até o glam rock, o álbum fica flutuando em cima de uma densa camada pós-punk, a faixa título seria uma versão decadente de "Rock the casbah" da banda Punk "The Clash". O álbum abre com Liar Girl que já traz um ar super provocador (qualquer semelhança do riff inicial com alguma coisa no X-Japan não é coincidência). A voz de Kyosuke Himuro estava em sua melhor forma. Outros destaques desde álbum ficam para: Marionette, Plastic Bomb (um punk rock muito divertido ao estilo Toy  Dolls), Fantastic Story (que entraria com extrema perfeição em qualquer álbum do The Cure) além de Liar Girl e Psychopath.

Buck-tick - Seventh Heaven
(1988)

O difícil mesmo é escolher um único trabalho do Buck-tick para ilustrar essa lista, poderia citar qualquer um dos álbuns oitentistas do Sakurai e agregados. O escolhido foi este pela presença do visual clássico da banda ainda nesta época (como se pode ver no videoclipe de "In Heaven"). Sobra criatividade para o Buck-tick neste álbum, inclusive muitas passagens e trechos serviram de inspiração para bandas dos anos 90 que não passariam tão perto assim do som que o Buck-tick fazia nesta época... Não há música para recomendar, escute este épico do início ao fim, e depois escute os outros álbuns dessa mesma época, são presentes preciosos que essa lenda musical deixou para a história do visual kei e da música japonesa.

X - Blue Blood
(1988)
Agora sim podemos falar de X-Japan, ou melhor, do X! Afinal, a banda ainda tinha como nome a letra solitária, símbolo japonês da negação,e marco do livro "1984". Aqui a coisa foi pouco piedosa, a famosa frase na capa já predizia o que continha naquele disco: Psychedelic Violence Crime of Visual shock.
O prólogo do CD já nos remete a algo épico, vitorioso e bonito, e ao virar a faixa "Blue Blood", a faixa título, é apontada e disparada nos ouvidos, rápida, agressiva e cheia de energia. Outra tarefa difícil é lembrar qual das 12 faixas não virou um clássico da banda: Blue Blood, Weekend, Kurenai, Orgasm, X, Endless Rain, Celebration, Rose of Pain, Unfinished... são tantos clássicos que ouvir este disco duas vezes seguidas é algo recomendado.

DEAD END - Zero
(1989)

Aqui está outra máxima. O último trabalho do DEAD END curiosamente se chama "Zero" e aqui a banda alcançou o máximo do seu som na época, deixando de lado o Glam Metal dos seus primeiros trabalhos, aqui a banda abusou das guitarras limpas do pós punk, com solos de guitarra muito bem executados por Adachi You, a voz poderosa de MORRIE deixou de lado os agudos estridentes para dar lugar a melodias graciosas, aqui a banda conseguiu unir tudo que estava acontecendo naquela época em apenas 11 faixas.
I want your love, Sleep in the sky, Baby Blue, Serafine, Hyper Desire e Crash 49 são as recomendações deste super álbum.

D'erlanger - La Vie En Rose
(1989)
Mais um álbum com um lema estampado na capa, o D'erlanger colocou aqui o "Sadistical punk" e era exatamente isso que a banda era: Punk (com direitos a vocais no melhor estilo punk oitentista) e sádica (Sadistic Emotion é só um símbolo, afinal o D'erlanger começou com aquele tal de fanservice). Se "Dear Secret Lover" entraria em qualquer disco do Luna Sea antes do tokyo dome, Sadistic Emotion poderia ser uma música do X (e na verdade era do Saver Tiger, banda que Tetsu e Kyo faziam parte com o hide antes do D'erlanger e X respectivamente), Lullaby é uma ótima balada glam metal, e o new wave da faixa título trás aqui a sonoridade que o Luna Sea transformou em "Visual rock". 1999~shyboy story~, Lazy Sleazy, além das ja citadas Sadistic Emotion, Dear Secret Lover e La Vie En Rose são as recomendações deste CD (Além de ouvir o outro álbum da banda: "Basilisk").

Na segunda parte, 5 álbuns dos anos 90 para completar a lista dos 10.

Crianças...

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O futuro da indústria musical - Parte final.

Descrevi em linhas reduzidas nos últimos três textos como o rock alternativo evoluiu até chegar nos dias atuais, foram três décadas até chegar aqui (seriam mais se eu tivesse ido ao âmago, mas não achei necessário). Agora trago a parte final deste assunto, que dará abertura pra outra nova série de textos aqui no blog.

O cenário atual do Visual Kei mundial

O visual kei no ocidente sofreu com duas grandes doenças, mas creio que a mais grave tenha sido a falta de informação inicial que formou as raízes do estilo fora do Japão. Por outro lado, a nascente européia do estilo segue um padrão semelhante ao que havia no Japão oitentista: Bandas sem nenhuma novidade sonora real que seja atrativa se utilizando de um rótulo para ser tratada como "diferente".
Tentando ser menos abrangente, existem casos à parte, porém a parte "significante" do visual kei europeu são bandas que soam de forma repetida, mas com uma forma visual diferente (diferente para o europeu, no Japão isso já foi quase esquecido).
A américa do norte talvez tenha sido a mais atrasada a receber o conceito firme de "forma visual" e somente no final da década passada foi formar seus primeiros artistas independentes, porém continua sendo a mais adiantada em ter representantes com conceitos mais próximos ao que existiu de bom no estilo.
Na ásia, fora do japão, o Visual kei chegou também na mesma época que no resto do mundo, apesar da proximidade com a ilha, mas o fator "asiático" contribuiu para a primeira onda do Visual Kei asiático ser um retrato fiel do que havia no Japão.
Na América do sul as manifestações mais significantes aconteceram aqui no Brasil, e certamente você espera que eu fale mais detalhadamente sobre essa cena aqui e assim o farei, porém em textos futuros pois há muito o que falar sobre a nossa realidade.
Em resumo, não há como dizer que caminhos o "Visual kei" no ocidente tomará, por que nem as próprias bandas sabem que caminho é esse, você pode ouvir o disco do Seremedy e achar maçante se não estiver com uma idéia na cabeça: "É visual kei". Pois se não fosse este fator seria qualquer banda B de rock alternativo europeu tentando seguir a cauda do cometa do Tokyo Hotel. Porém, artistas se colocando dentro deste grupo podem formar bases para algo realmente sólido, se no Japão a idéia do Visual Kei ja foi colocada de lado, talvez seja no ocidente que o estilo ganhará seus representantes que colocarão este nome na história do rock mundial. Sonho? Talvez seja, mas tão provável quanto um show do the GazettE no Brasil.

À partir daqui este blog chegou em um ponto de discussão de opiniões, queremos ler a sua, se quiser colaborar com textos, mande um e-mail que poderemos publicá-lo de forma anônima. Qualquer assunto que envolva o visual kei em qualquer parte do mundo que seja relevante será aceito. Este blog é de todos.



anon,jrock@yahoo.com.br



Crianças do Brasil...



Nota: Agora além do twitter este blog possui uma página no facebook. facebook.com/Anonjrock

domingo, 17 de março de 2013

O futuro da indústria musical - Parte 3

Desde os anos 80 o Japão vem desenhando uma forma de fazer rock que se diferencia tanto musicalmente quanto esteticamente do resto do mundo, e foi na virada do novo século que se iniciou um ciclo de expansão para fora da ilha.

O Visual Kei pós anos 2000

O estilo visual no japão (e em todo mundo) estava caindo, não existia mais mercado sustentável em label's independentes e foi iniciado um giro dentro da "Máfia" (ver postagens antigas). Começou a acontecer de mais frequentemente bandas desaparecerem tão rápido quanto apareceram, a mídia diminuiu o espaço dos artistas visual kei e ele estava com os dias contatos, porém, a quantidade de estilos que a cena agregava possibilitou uma divisão, foi então que as bandas que possuíam um lado mais agressivo, obscuro, voltado ao punk gótico e ao death rock, altamente influenciado pelo som do Nagoya kei se transformaram na face do visual kei underground, enquanto o mainstream japonês viu uma sequência de bandas influenciadas pelo powerpop melódico e espírito adolescente invadir as mídias: era o Oshare Kei.

Foi nesse ponto em que a palavra "Visual kei" atingiu a Europa, as Américas e o resto da Ásia. As primeiras manifestações inspiradas em visual kei nos demais continentes começaram na virada do século -incluindo o Brasil- e a responsável por isso é a mesma até os dias de hoje: A internet. Enquanto o visual kei passava por uma fase de popularidade complicada no Japão (e que vem piorando a cada ano) o ocidente via uma cena underground nascer, totalmente inspirada no Visual kei japonês. Era tudo muito confuso, falta de informação era comum e a maioria das bandasse importavam apenas em tentar ser o mais próximo possível de seus ídolos orientais.
Enquanto isso, na ilha, o visual kei cada vez mais passava a ser um estilo "pop", pegajoso e sem conteúdo, devido ao maremoto de bandas Oshare que surgiram quase simultaneamente, correndo na contramão estavam as bandas que foram demominadas "neo-visual kei" (certamente influenciadas pelo Dir en Grey) e assim que o Oshare começou a cair de popularidade na primeira década do século, esse foi o desenho de visual kei que o mundo se familiarizou.
Nessa época as bandas visual kei começaram a sair da ilha, talvez o BLOOD tenha sido a pioneira, Duel Jewel também foi uma das primeiras a sair do Japão, lendárias bandas como X-Japan e Luna Sea já tiveram suas turnês mundiais, além de outras menores como D e Versailles.
Na metade da década, a Europa viu renascer uma pequeno bloco musical que havia entrando em extinção após a invasão do rock alternativo (e posteriormente o Indie Rock): O Glam Metal (com seus ares de punk-rock) respirava novamente sob a alcunha de "Sleazy Rock" e durante a última década trouxe diversas bandas influenciadas pelos glam's dos anos 80. Esse novo ânimo trouxe à tona uma coisa que a Europa sempre foi boa: reciclar estilos visuais. Na mesma onda do crescente Sleazy e a forte presença do visual kei nas redes de internet de jovens Europeus a popularidade de estilos visuais começou a crescer.

Estava pronto a ambiente propício para o intercâmbio de artistas ocidentais com o Japão, o primeiro sinal disso foi a presença do Black Veil Brides e Marilyn Manson em festivais Visual Kei (V-Rock), porém, isso já é assunto para o post seguinte...