domingo, 4 de novembro de 2012

O futuro da indústria musical - Parte 2

Os anos 80 foi a década da formulação das raízes de diversos estilos influenciados pelo punk dos anos 70.
Nos Estados Unidos a MTV fortaleceu a vinda das bandas de Glam metal e do hard rock, enquanto na Europa os estilos de música pop e música clássica pareciam cegos diante da explosão underground que se seguia com o new wave, powerpop e o introspectivo EBM. No japão a coisa funcionou na base da união e bandas de diversos gêneros alcançaram status nacional, mas na mudança de década algumas coisas começaram a mudar.

Os anos 90
Logo na mudança de década o Glam metal perdeu a sua popularidade, o brilho, os grandes shows com luzes e aquelas superproduções visuais já não estavam mais satisfazendo o público jovem americano. a MTV precisava fazer algo para reanimar as almas de seus espectadores e gerar mais dinheiro, foi então que tudo foi destruído para ser reconstruído. Um das principais influencias do "Rock alternativo" foi o The cure, e aquele som minimalista influenciou diversos artistas que despontaram nos anos 90, e a MTV apostou em dois gêneros de rock alternativo: o Punk-funk de bandas como Faith no more, e o garage rock que foi conhecido como grunge. Começava ali a era do rock alternativo.
Haviam voltado aos anos 70, toda a superprodução e brilho do Glam Metal foi deixado de lado para dar lugar ao rock de garagem, onde três amigos podiam se reunir na garagem com seus equipamentos baratos e fazer rock. Foi assim com Nirvana e uma geração inteira inspirada nesse exemplo. A morte do vocalista do Nirvana foi então o baque para colocar o rock alternativo na linha de frente das produções americanas dos anos 90.
Na Europa a música pop ganhava força, o EBM da Alemanha revolucionou em alguns aspectos da música eletrônica, que já haviam sido explorados por artistas de power pop desde a revolução dos sintetizadores nos anos 70, e o Japão sempre comprou todo o tipo de música de todo o mundo. Nos anos 80 alguns jovens se uniram para quebrar a falta de espaço que eles tinham e conseguiram atingir o mainstream musical japonês pegando as influências de outros países nos anos 80: o punk, o glam, o heavy metal, o new wave, e nos anos 80 o garage rock e o rock alternativo, eles tinham todos os meios, a indústria só precisava do motivo.
E o X-Japan deu o motivo que eles precisavam, e ele veio com um nome muito habitual para vocês: Visual kei.

Até hoje há discussão sobre "o que é visual kei", pois o kanji usado para definir "kei" pode ser lido como "estilo", 'forma", "tipo", ou até mesmo "linhagem". O Visual kei eram aquelas bandas que usavam um visual muito chamativo, extravagante na maioria das vezes fora do comum, era a música feita também com a "forma visual" de seus artistas. até que a indústria japonesa viu algo lucrativo e resolveu fazer o "visual kei" virar uma cena em específico: E assim fizeram até alcançar o topo no japão, algumas bandas já chegaram a mencionar em livros e entrevistas que era "muito bom" falar sobre visual kei naquela época. Porém, a saturação de bandas foi tanta que ao final dos anos 90 o público parou de consumir visual kei. Um após o outro, os selos foram falindo e desaparecendo, permanecendo alguns com bandas lucrativas, foi criado todo um sistema, porém ele já foi discutido aqui em outra postagem. A coisa começou a ser pouco lucrativa, e aquela forma de rock alternativo já não era mais atrativa, houve então uma divisão, e chegamos ao novo século.

Na próxima postagem escreverei sobre a primeira década do novo século, e o desenho que proporcionou a expansão do visual kei no ocidente: A internet.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O futuro da indústria musical - Parte 1

Em vários anos acompanhando e outros anos presente no que os brasileiros conhecem como "Visual kei" pude notar que muitas pessoas tratam essa cena como algo especial, como se tivesse algo de diferente, e tem: Fãs da pior espécie.
Mas existem alguns fatores que devem ser levados em consideração e que mostram uma realidade da cena Visual kei, mas que são na verdade características da industria musical em geral. Pra quem acompanha a cena Visual kei a 5 anos isso talvez não faça sentido, mas pra quem acompanha a 10 anos, ou 15, se torne mais óbvio.

Os anos 80
Essa foi a primeira década após a "década punk" e praticamente todos os gêneros de rock nos anos 80 tiveram a influência desse movimento, dando origem a tantos outras vertentes de gêneros e subgêneros. Foi nessa época que o "do it yourself" foi impulsionado, fazendo surgirem diversos selos pequenos de música no reino unido, e a Europa se tornou o berço dos estilos independentes punks como o New Wave e o industrial.
Nos Estados Unidos havia surgido uma tal de MTV, e era iniciado a época da produção em massa de videoclipes para o mainstream e televisão: toda banda grande deveria ter clipes na MTV, e o seu produto seria vendido, porém esse aspecto começou a valorizar a "imagem", nesse impulso o Glam Metal (O hard rock glam, ou metal farofa) se popularizou nas Américas, trazendo com isso as primeiras manifestações entre roqueiros.
O Heavy Metal com suas roupas rasgadas e cabelos compridos rebeldes e sua imagem agressiva era totalmente contra o brilho, o glamour e a androginia presente no Glam Metal, e por muitas vezes com razão pois certas bandas eram 'montadas' por produtores apenas para tentar tirar algum dinheiro (Nossa, parece que eu já ouvi essa história antes!) James Hetfield chegava a usar patches escrito "Anti poser" (Derivado da palavra francesa "Poseur").
Começava ali então um retrato que se vê até hoje, brigas entre roqueiros de estilos diferentes (Nossa, parece que eu já ví essa história também, fãs de rock xingando emos e coloridos!).
Enquanto no ocidente os fãs de Heavy Metal se enfureciam com o massivo apelo visual das bandas de Glam Metal e algumas bandas de pós-punk, no Japão acontecia exatamente o oposto: União. Muitas bandas de Glam Metal (Como o Dead End, na época) não se importavam em colaborar com bandas de metal, e uma das bandas de Heavy Metal mais expressiva dos anos 80 la na ilha foi o X-Japan, que curiosamente ficou famosa pela seu visual expressivo e agressivo.
O rock no japão sempre tentou concorrer com outros estilo de música pop (que até hoje são maioria naquele país e vendem muitos discos) mas nos anos 80 uma união de bandas de diversos estilos causou o súbito sucesso das mesmas; O ano foi 1987, onde inúmeras bandas alcançaram seu ápice: BOOWY, Dead End, Buck-Tick, COLOR, D'erlanger, e nos anos seguintes X-Japan, Zi:Kill e kamaitachi e Loudness. O final da década de 80 foi muito próspero para as bandas de diversos estilos, do punk gótico até o Heavy Metal, e esse sucesso só foi mantido por algo que já foi comentado aqui: Tommy e Yoshiki (COLOR e X-Japan, respectivamente) formaram seus selos independentes e agregaram bandas em um processo de "colaboração partilhada" fazendo o início da década seguinte ser o berço de diversas bandas que viriam a serem rotuladas pela mídia como "Visual kei", Mas isso já é assunto pra outro post.
Vale a pena ressaltar que o termo "Visual kei", apesar de ter sido usado de forma comercial extensiva pelo mercado japonês nos anos 90, já era (e é) usado para designar qualquer outro artista de apelo visual, seja ele Glam ou gótico: Kiss era denominado assim, também como o Mötley Crue, nos anos 80, como Marilyn Manson nos anos 90, The69Eyes na década passada e atualmente Black Veil Brides tem sido nomeado assim seguidamente.

O próximo post será sobre os anos 90.

Crianças do Brasil...
...

Anônimo

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Punk e Visual kei?

Tenho muitos amigos que fizeram parte de bandas a muitos anos atrás, alguns fizeram parte de um documentário e quero que vocês assistam.
Ele tem cerca de 70 minutos, e peço que por favor, assistam. Vocês irão notar incríveis semelhanças entre o que é narrado no video com a "cena visual kei" que existe no Brasil.



Assistam e farei um post comentando ele outro dia.

Anônimo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

the GazettE no Brasil! De novo...

Depois de uma longa digressão que fiz para terras distantes, estou de volta aqui para escrever essas pequenas linhas.
Ao meu primeiro contato com a internet reparei que mais uma vez um assunto era comentado: Show do the GazettE no Brasil. Ok, vamos abordá-lo.

A banda the GazettE tem tanta chance de vir quanto qualquer outra banda sem dinheiro/sem fama/sem público/sem música boa que algumas pessoas fãs de visual kei idolatram na nossa pátria amada Brasil. Vou citar então alguns fatos que acabam surgindo e outros escondidos no meio disso tudo que toda essa boataria cria.

1º - Decepção: Isso é o óbvio, e parte de culpa disso é da Yamato, que anunciou uma banda com "G" e deixou os fãs de GazettE loucos, o contrato previsto era com o Gackt, milhares de fãs decepcionados, mas não tanto quanto o anúncio do "M.O.V.E" deste último ano.
O que poucos sabem é que a Yamato já esteve bem próxima de trazer o GazettE, porém por diferenças nos calendários das turnês optaram pelo Kagrra,, que teve cancelamento e troca de data, a banda seguinte seria Ruki e agregados, mas a PSC não sentiu confiança e finalizou o contrato com apenas o show do Kagrra,.

2º - Intrigas desnecessárias: O que mais vi foram fãs de outras bandas falando absurdos sobre um show do GazettE no Brasil, principalmente de fãs de Versailles. Isso é uma retrato da "cena": egoísta e prepotente.
A vinda de uma banda do valor do Versailles é muito mais viável do que de uma banda tipo the GazettE, o cachê da segunda é 10 vezes mais alto que o da primeira (já entrei em contato com os menagers uma vez porque estive envolvido, mas os valores não precisam ser públicados). Então não se sintam privilegiados que o Versailles veio duas vezes e o the GazettE não veio nenhum, não é por que o Versailles é melhor ou tem mais fãs, é simplesmente por ter um show 10 vezes mais barato que o GazettE, que tem e cacife e pode cobrar cachês altos pois é muito mais "banda"

3º - Fãs fantasmas: Isso surge sempre que um japonês roqueiro famoso morre ou quando alguma banda acaba, quando acontece um show de banda é assim, surgem fãs de todos os cantos, números absurdos e irreais de público, que pelo barulho que fazem parecem lotar um maracanã, mas não chegam nem a 3 mil pessoas. As produtoras sabem disso e nunca arriscariam trazer uma banda tão cara quanto o The GazettE, (só trazem as com cachê barato ou que vem sem cobrar cachê).
Mas depois do X- Japan a empresa Yamato entendeu que as grandes bandas lotam teatros, então preparam-se pra ver artistas ao nível da oricon por aqui nos próximos anos, isso inclui the GazettE. O ponto mais negativo é que cada vez menos outras produtoras se interessam em trazer bandas japonesas pra cá, ficando todos os fãs brasileiros a mercê da politicagem e descaso da Yamato.

4º - Brigas entre fanbases: Eu realmente não gostaria de ter que citar isso, mas acontece e é a parte mais infantil de todas, é algo próximo do "-Minha banda veio e a sua não, eles não ligam pra você!". Bom, a banda que você é fã só liga pra você por que eles tiram o seu dinheiro, não fosse isso também não lhe dariam a mínima atenção.
Se cada fanbase cuidasse dos seus interessem individualmente e apoiasse as outras fanbases coletivamente muitas outras bandas ja teria vindo ao Brasil, pensem bem nisso.

Desculpem por alguns erros, escrevi na pressa.

Crianças do Brasil...

Acordem...

Anônimo