domingo, 17 de março de 2013

O futuro da indústria musical - Parte 3

Desde os anos 80 o Japão vem desenhando uma forma de fazer rock que se diferencia tanto musicalmente quanto esteticamente do resto do mundo, e foi na virada do novo século que se iniciou um ciclo de expansão para fora da ilha.

O Visual Kei pós anos 2000

O estilo visual no japão (e em todo mundo) estava caindo, não existia mais mercado sustentável em label's independentes e foi iniciado um giro dentro da "Máfia" (ver postagens antigas). Começou a acontecer de mais frequentemente bandas desaparecerem tão rápido quanto apareceram, a mídia diminuiu o espaço dos artistas visual kei e ele estava com os dias contatos, porém, a quantidade de estilos que a cena agregava possibilitou uma divisão, foi então que as bandas que possuíam um lado mais agressivo, obscuro, voltado ao punk gótico e ao death rock, altamente influenciado pelo som do Nagoya kei se transformaram na face do visual kei underground, enquanto o mainstream japonês viu uma sequência de bandas influenciadas pelo powerpop melódico e espírito adolescente invadir as mídias: era o Oshare Kei.

Foi nesse ponto em que a palavra "Visual kei" atingiu a Europa, as Américas e o resto da Ásia. As primeiras manifestações inspiradas em visual kei nos demais continentes começaram na virada do século -incluindo o Brasil- e a responsável por isso é a mesma até os dias de hoje: A internet. Enquanto o visual kei passava por uma fase de popularidade complicada no Japão (e que vem piorando a cada ano) o ocidente via uma cena underground nascer, totalmente inspirada no Visual kei japonês. Era tudo muito confuso, falta de informação era comum e a maioria das bandasse importavam apenas em tentar ser o mais próximo possível de seus ídolos orientais.
Enquanto isso, na ilha, o visual kei cada vez mais passava a ser um estilo "pop", pegajoso e sem conteúdo, devido ao maremoto de bandas Oshare que surgiram quase simultaneamente, correndo na contramão estavam as bandas que foram demominadas "neo-visual kei" (certamente influenciadas pelo Dir en Grey) e assim que o Oshare começou a cair de popularidade na primeira década do século, esse foi o desenho de visual kei que o mundo se familiarizou.
Nessa época as bandas visual kei começaram a sair da ilha, talvez o BLOOD tenha sido a pioneira, Duel Jewel também foi uma das primeiras a sair do Japão, lendárias bandas como X-Japan e Luna Sea já tiveram suas turnês mundiais, além de outras menores como D e Versailles.
Na metade da década, a Europa viu renascer uma pequeno bloco musical que havia entrando em extinção após a invasão do rock alternativo (e posteriormente o Indie Rock): O Glam Metal (com seus ares de punk-rock) respirava novamente sob a alcunha de "Sleazy Rock" e durante a última década trouxe diversas bandas influenciadas pelos glam's dos anos 80. Esse novo ânimo trouxe à tona uma coisa que a Europa sempre foi boa: reciclar estilos visuais. Na mesma onda do crescente Sleazy e a forte presença do visual kei nas redes de internet de jovens Europeus a popularidade de estilos visuais começou a crescer.

Estava pronto a ambiente propício para o intercâmbio de artistas ocidentais com o Japão, o primeiro sinal disso foi a presença do Black Veil Brides e Marilyn Manson em festivais Visual Kei (V-Rock), porém, isso já é assunto para o post seguinte...